Bem-vindo a uma utopia de alta tecnologia
Na obra “Permutation City” de Greg Egan, o personagem Peer, após alcançar a imortalidade em uma realidade virtual, fica entediado e cria novas paixões para si. Isso levanta a questão: quando a tecnologia resolver os problemas mais profundos da humanidade, o que restará para fazer?
Nick Bostrom, filósofo da Universidade de Oxford, explora essa questão em sua nova publicação “Deep Utopia”. Ele considera um cenário onde a inteligência artificial (IA) progride a ponto de realizar todo o trabalho economicamente valioso a custo quase zero. Em um cenário mais radical, até tarefas humanas, como a criação de filhos, poderiam ser melhor executadas por IA.
Bostrom descreve uma “utopia pós-escassez”, onde a necessidade de trabalho seria reduzida. No entanto, essa utopia ainda seria limitada por recursos físicos, como a terra. Além disso, bens posicionais, que aumentam o status de seus proprietários, continuariam a existir e seriam escassos por natureza.
Mesmo em uma utopia de IA, os humanos provavelmente continuariam a valorizar a superação de seus semelhantes, por exemplo, tendo ingressos para os eventos mais disputados. Bostrom observa que alguns tipos de competição são falhas de coordenação: se todos concordassem em parar de competir, teriam tempo para outras coisas melhores, o que poderia impulsionar ainda mais o crescimento.
Origem: THE ECONOMIST de 9/4/2024
Tradução e resumo Copilot; Edição (cores) Luiz de Campos Salles
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